É você e vai ser sempre você. Eu já disse isso em outro desses textos meus e não consigo deixar de pensar em como essa frase martela na minha cabeça. Já falei sobre independência e sobre como eu não preciso de você pra nada. Já falei sobre deixar você ir embora e sofrer uma, duas, trinta vezes e mais um pouco toda vez que nos encontrássemos. É você e vai ser sempre você. Mesmo que seja teimosia minha e eu te reinvente a cada dois minutos dizendo pra mim mesmo que você não é nada que eu sempre quis e conte pros outros uma versão diferente de nós dois.Eu te defendo sempre que minhas amigas me dizem que é loucura. Que você me faz mal. Que você me descompleta. Como é que eu vou deixar que falem mal de você na minha frente mesmo que eu esteja te odiando com todas as forças que eu nunca sonhei em ter? Só eu posso reclamar da nossa descontinuação. Só eu posso reclamar dessas invenções de vocabulário que a gente sempre faz tentando expressar isso tudo com palavras que não existem. E por onde você anda? Ouvi dizer que se sentiu perdido, mas também achou melhor não me ter mais por perto. Ouvi dizer que conheceu uma bebida de sabor doce e gostou (apesar de sempre ter odiado sabores doces e amores mais doces ainda). Ouvi dizer que é perda de tempo ficar esse tempo todo pensando sobre como a gente consegue gostar um do outro e cismar em se perder por aí mesmo não tendo problema algum.
Mas não importa o que aconteça, e quantas pessoas passem. A gente se esbarra, eu sei. A gente sempre se encontra de novo. Seja aqui ou em marte, no céu ou no inferno. Depende da tua religião ou da tua forma de me querer de volta. Um dia eu te provoco mais um pouco e te estrago só mais um pouquinho de um jeito que só eu sei fazer. Um dia a gente se põe lado a lado pra reclamar da vida e acender um cigarro barato pelas ruas dessa cidade. Quem sabe eu até fume com você. Um dia eu esqueço meu guarda-chuva e você me dá cobertura, abrigo e um pouco de amor. Um dia desses, quem sabe, a gente não precise se despedir e possa ficar pra sempre nesses nossos joguinhos que só interessam a nós. Vão nos chamar de loucos e desvairados. Mas não importa, ninguém nunca entendeu o que sentimos, nossa intensidade, nosso infinito. Porque do modo certo ou errado, a gente se completa.  É você e vai ser sempre você. E talvez isso não seja tão ruim assim.

Texto do Blog Entre todas as Coisas., adaptado por Tânia Vaz

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